O papel das Relações Institucionais e Governamentais no desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro

Talvez não haja, em todo o território nacional, uma localidade que represente tanto o Brasil quanto o Rio de Janeiro. Com toda sua diversidade, complexidades, particularidades e qualidades, o Rio desponta, historicamente, como uma região que agrega pessoas, culturas, etnias e pensamentos, os quais, por sua vez, se difundem, quase que de modo constante, por todo o país; o próprio fato de termos sido, até o século passado, o centro político e econômico, concede, ainda, ao Rio de Janeiro, uma importante capacidade de reverberação das ações aqui desempenhadas, sejam elas positivas ou negativas.

Nos últimos anos, é público e notório a série de dificuldades que o Estado do Rio de Janeiro vem enfrentando, nas mais diversas áreas. Economicamente, a região vem perdendo, gradativamente, competitividade e espaço na participação do PIB nacional; socialmente, os índices de educação, segurança pública e saúde, ainda, estão longe dos ideais – e tanto almejados pela população –; politicamente e administrativamente, os desgastes institucionais ocorridos por conta das crises de cunho fiscal, moral e gerencial, iniciada em 2015 e agravadas pela Pandemia de COVID-19, repercutem intensamente, gerando uma sensação de descolamento e falta de alinhamento entre os atores. Acrescenta-se, ainda, o traumático processo de impeachment, em curso, do Governador do Estado, trazendo à tona suspeitas de irregularidades e fraudes nos procedimentos licitatórios públicos, muito conhecidos pela população fluminense.


Mas se o diagnóstico das dificuldades que se apresentam é duro, faz-se imprescindível, em contrapartida, destacar, também, os diversos aspectos positivos e potencialidades que o Rio de Janeiro apresenta. Trata-se de um Estado territorialmente pequeno, do tamanho da Dinamarca, responsável por, aproximadamente, 10% do Produto Interno Bruto nacional. O Rio se destaca por seus diversos centros de pesquisa e inovação, nas mais diversas áreas do conhecimento, como energia, biotecnologia, agropecuária, tecnologia da informação entre outros; possui um posicionamento estratégico na logística nacional e uma base industrial diversificada e madura. Se a estrutura de mercado do Estado é forte, o mesmo podese dizer do seu tecido social, cultural e político. A força da representatividade do Estado no cenário nacional e internacional é indiscutível. Temos, portanto, uma grande responsabilidade, que é a de transformar – para melhor! – a “vitrine” do nosso país.


E diante de todo este complexo e ambíguo panorama, no qual problemas e soluções convivem em uma espécie de “caldeirão cultural”, a importância do profissional de Relações Institucionais e Governamentais se faz fundamental para a retomada do crescimento político, econômico e social do Rio de Janeiro. Com tantas potencialidades e tantos atores de peso, o Rio se apresenta como um constante desafio a ser trabalhado e aprimorado. São incontáveis as possibilidades que se desenham, e a elaboração de pautas públicas transparentes e comprometidas com o desenvolvimento econômico, social e ambiental, bem como a abertura e manutenção de canais e diálogos institucionais éticos devem estar na ordem do dia.


Para isso, a construção de uma grande parceria, articulada sobre a ideia da cooperação constante entre a sociedade civil, as entidades de mercado, a academia e o governo, só pode ser viabilizada, com eficácia, através do trabalho desempenhado pelo profissional de Relações Institucionais e Governamentais; somos, em última análise, agentes promotores de políticas públicas, e como tal possuímos um papel fundamental na retomada do crescimento do Rio de Janeiro.


A Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais do Rio de Janeiro, atenta à importância estratégica do nosso segmento, vem buscando, constantemente – e mesmo diante de todas as dificuldades impostas pelo “novo normal” –, fomentar e incrementar ações que contribuam com a construção de uma aliança entre os atores aqui presentes. A retomada do crescimento do Estado do Rio de Janeiro passa, necessariamente, pelo amadurecimento do diálogo democrático e pela defesa transparente dos interesses.


Filippo Scelza é mestre em Administração Pública, especialista em Administração Pública, advogado e bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.


*Os conteúdos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Abrig.  


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