Diálogos Amazônicos e as contribuições de Relações Institucionais e Governamentais

Iniciou-se, na última sexta-feira, na cidade de Belém, no Pará, o evento “Diálogos Amazônicos”, coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores. Esse diálogo antecede a "Cúpula da Amazônia", encontro que reúne chefes dos países pertencentes à Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), sendo eles Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. 

O principal objetivo dos Diálogos Amazônicos é estruturar cinco relatórios que serão entregues aos presidentes presentes na Cúpula da Amazônia, que acontecerá nos dias 8 e 9 de agosto. A organização do evento está sendo constituída por meio de plenárias com temáticas diversas, como proteção dos territórios, segurança alimentar e nutricional na região amazônica, o futuro da Amazônia por meio da ciência, tecnologia, inovação e pesquisa acadêmica e transição energética, mudança do clima, agroecologia e as sócio-bio-economias, dentre outras.


A cooperação internacional representada pela Cúpula Amazônica reflete uma crescente consciência da necessidade de enfrentar os desafios ambientais que a região enfrenta e transbordam as fronteiras formais e nacionais. Ao reunir líderes de diferentes países e promover um entendimento comum sobre os desafios e oportunidades da Amazônia, essas ações contribuem para fortalecer as relações diplomáticas e de cooperação civilizatória entre os países participantes, mas também demonstra um compromisso comum com a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável no seu mais amplo espectro.


A estrutura dos cinco relatórios propostos aos presidentes durante a cúpula mostra um esforço de traduzir as discussões em ações concretas e possíveis de serem implementadas para gerar os resultados necessários. Esses relatórios não apenas fornecem um roteiro para a tomada de decisões informadas, mas também criam um registro documentado de metas e compromissos dos participantes dos diálogos.


Na perspectiva das organizações empresariais e do setor privado, considerando o destaque que os aspectos de ESG vêm ganhando, a promoção de eventos como os Diálogos Amazônicos e a Cúpula Amazônica são importantes para expandir e agregar mais soluções objetivas. Como um dos ecossistemas mais vitais do planeta, a Amazônia promove a sustentabilidade, a estabilidade climática e o bem-estar de todo o mundo, sobretudo em comunidades e regiões vizinhas. Dessa forma, os diálogos e as ações correspondentes e aplicadas em torno dessas questões relacionadas à região amazônica se alinham diretamente com os princípios centrais do ESG.


A Abrig participa de diversas formas desse movimento dos Diálogos Amazônicos, com o objetivo de promover a transparência, ética e cooperação entre os setores público e privado, bem como a defesa de interesses perante as autoridades públicas competentes.


No âmbito das atividades do Conselho de Transparência, Integridade e Combate à Corrupção da CGU, foi estabelecido o diálogo na modalidade roda de conversa para os desafios de produção de dados em matéria ambiental e os desafios para o Acordo de Escazú. Como exemplos práticos, foram identificadas oportunidades de melhoria no Mato Grosso sobre guia de acesso animal; o papel e os requisitos da LGPD, em especial quanto aos planos de dados abertos; a base de dados do estado do Pará; o programa nacional de águas subterrâneas; a Declaração de Belém e o acesso à lista de executores de crimes ambientais.


A Diretoria Regional da Abrig no Pará representou a entidade nacional durante os Diálogos Amazônicos, contribuindo com subsídios e informações para as declarações que serão entregues aos chefes de Estado reunidos na Cúpula da Amazônia. As contribuições na coordenação das atividades correlatas são importantes para a ampliação do entendimento e construção dos consensos necessários nas várias e complexas temáticas que envolvem o assunto.


Além disso, a Abrig por meio de seu Comitê de ESG tem desempenhado um papel fundamental na promoção e conscientização sobre a sustentabilidade e busca por soluções integradas que considerem os aspectos ambientais, sociais e de governança. Através de seu engajamento com diferentes partes interessadas, incluindo empresas, governos e organizações da sociedade civil, o Comitê busca fomentar discussões construtivas e ações concretas para a promoção do desenvolvimento sustentável. Adicionalmente, tem promovido uma série de iniciativas que visam a sensibilizar e mobilizar diversos setores da sociedade. Essas ações incluem a elaboração de diretrizes de boas práticas, o incentivo à adoção de políticas de responsabilidade socioambiental e a colaboração em projetos de pesquisa e inovação voltados para a região, demonstrando de forma prática as estratégias para enfrentar os desafios complexos e interconectados, contribuindo para um futuro mais sustentável e resiliente.


Eduardo Fayet é vice-presidente e diretor-executivo da Abrig. Também é CEO na New Investments.


*Os conteúdos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Abrig.  

compartilhe

navegação de notícias

notícias recentes

Tags

melhores escolhas dos leitores

categorias

notícias mais populares

siga-nos