Transição energética no Nordeste brasileiro: avanços e parcerias estratégicas

Em um cenário global onde a busca por fontes limpas e sustentáveis de energia ganha relevância, o Nordeste brasileiro tem se destacado como protagonista na transição energética. O recente acordo firmado entre o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da região e o Banco Mundial sinaliza um compromisso conjunto para o desenvolvimento de projetos de geração de energias limpas.

A estratégia abrange a promoção do desenvolvimento do hidrogênio verde, proveniente de fontes que não emitem gás carbônico na atmosfera, oferecendo versatilidade para conversão em eletricidade ou combustíveis sintéticos. Destaca-se o potencial regional para liderar na produção de energias limpas, impulsionando a região para uma posição de destaque nesse cenário.


O acordo também visa explorar oportunidades em projetos de energia eólica e solar, preservação do bioma da Caatinga, e investimentos em água e saneamento. O Banco Mundial, comprometido em compartilhar melhores práticas internacionais, fortalecerá a transição energética na região.


Nesse sentido, o estado do Ceará tem se empenhado em assumir uma posição de destaque no setor de energias renováveis na região. Este ano, o governo cearense assinou um memorando de entendimento com a SPIC Brasil para o desenvolvimento de projetos de geração de energia limpa no Porto do Pecém, na região metropolitana de Fortaleza. O Porto do Pecém reúne condições únicas para o desenvolvimento e exportação do hidrogênio verde para a Europa, especialmente devido à parceria com o Porto de Roterdã. Essa iniciativa tem o potencial de gerar desenvolvimento econômico para o estado, além de criar mais postos de trabalho para os cearenses. A parceria tem objetivo ampliar a atuação da empresa em projetos de hidrogênio verde. Atualmente a companhia trabalha na construção de dois Complexos Solares, em Jaguaretama (CE) e Brasileira (PI), e opera outros dois Parques Eólicos na divisa da Paraíba (PB) com o Rio Grande do Norte (RN). Com isso, concretiza os planos de implementar energia verde de baixo carbono e alta qualidade de forma competitiva e acessível.


Paralelamente, a cooperação estratégica com o Banco Mundial firmada com o Consórcio dos nove Estados da região Nordeste visa estabelecer um polo de hidrogênio verde para o desenvolvimento de áreas-chave em sustentabilidade nos estados nordestinos, com especial ênfase em projetos relacionados ao hidrogênio de baixo teor de carbono, energia eólica, preservação ambiental, energia solar, água e saneamento. Esta parceria representa um passo significativo para promover a transição energética na região, tendo como foco projetos sustentáveis e a busca por soluções inovadoras que contribuam para o avanço econômico e social da região.


A iniciativa também inclui um aspecto crucial de desenvolvimento digital, promovendo a troca de experiências, conhecimentos e financiamento de infraestrutura pública digital. Essa abordagem abrangente busca não apenas fortalecer a capacidade energética, mas também impulsionar a conectividade e promover boas práticas em segurança cibernética. Este movimento estratégico é respaldado por uma visão de longo prazo, onde o Nordeste pode desempenhar um papel significativo na produção global de energias limpas.


O comprometimento em estabelecer um caminho seguro e sustentável para a transição energética é ressaltado como essencial para garantir não apenas o crescimento econômico, mas também a inclusão social. 


O Brasil tem a oportunidade de liderar a transição energética na América Latina, e o Nordeste é uma peça-chave nesse cenário. Em poucos lugares no mundo é possível encontramos condições favoráveis para o desenvolvimento de projetos com tanta diversidade de matriz, incluindo as novas fronteiras da geração de energia, como o hidrogênio verde e as eólicas offshore. É preciso aproveitar esse momento para traçar planos estratégicos e fortalecer as parcerias público-privadas para desenvolver projetos inovadores que coloquem o país à frente da discussão sobre sustentabilidade energética.


A visão do Brasil como líder global na transição energética é reforçada por figuras influentes. A cerimônia de assinatura dos contratos de concessão do setor elétrico destaca o potencial do país para se tornar altamente competitivo na produção de energia limpa e sustentável nas próximas décadas. Além disso, a capacidade de expansão da produção de energia em diversos segmentos, comparando-a à influência exercida por outros grandes produtores de energia, ressalta a confiança na posição única do Brasil. Somada à capacidade de produção eólica, solar, hídrica, biomassa, hidrogênio verde, biodiesel e etanol coloca o país em um lugar vantajoso.


A transição energética representa não apenas uma mudança na matriz energética, mas uma oportunidade de redefinir o papel do Brasil no cenário global. O investimento em linhas de transmissão e ações estratégicas consolidam a visão de que o Brasil, liderado pelo Nordeste, está preparado para assumir a vanguarda na transição para uma matriz energética mais sustentável.


Roberto Monteiro Jr. é diretor de Comunicação e Relações Institucionais da SPIC Brasil. Com mais de 20 anos de experiência em comunicação corporativa, planejamento estratégico e desenvolvimento de negócios, Roberto acumula passagens em grandes empresas do setor de energia, papel e celulose e consultoria. É mestre e doutorando em Administração de Empresas na EAESP-FGV, com MBA pela Fundação Instituto de Administração (FIA) e pós-graduação em Tópicos Avançados em Decisões Financeiras e Políticas Corporativas pela Universidade de La Verne (EUA).



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