A importância das Práticas Recomendadas para a atuação em RIG

A Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais – Abrig lançou recentemente a autoavaliação Práticas Recomendadas em RIG. O novo projeto visa a ampliar o conhecimento sobre as melhores regras de atuação na atividade de defesa de interesses e certificar profissionais e instituições de acordo com os padrões éticos estabelecidos na autorregulamentação que leva o mesmo nome.


       Carolina Venuto, presidente da Abrig, e Eduardo Fayet, vice-presidente, ministraram um curso na instituição em março, com o objetivo de voltar a atenção dos agentes de RIG para a importância da atuação íntegra no relacionamento entre o público e o privado. Durante as aulas, eles também abordaram a regulamentação da atividade de RIG, a experiência internacional e o PL 2914/2022, que está em tramitação no Senado. Técnicas de negociação, essenciais para o dia a dia profissional para a formulação de políticas públicas, foi outro tema amplamente debatido durante o curso.


      Confira abaixo as entrevistas com Carolina e Eduardo: 

Abrig: Qual a importância das Práticas Recomendadas em RIG?

Carolina Venuto: Em parceria com a ABNT, nós formulamos uma autorregulamentação nomeada de Práticas Recomendadas. O documento foi criado com o intuito de estabelecer regras de conduta e atuação para os profissionais que atuam na intersecção entre os setores público e privado, a fim de tornar essa relação mais transparente, ética e íntegra. As Práticas Recomendadas nos norteiam sobre diversos temas, como brindes, confidencialidade, relacionamento com agentes públicos, isonomia, e tantos outros aspectos fundamentais para a nossa atuação, que busca legitimamente influenciar o processo de tomada de decisão política.


Abrig: Qual a relevância da autoavaliação Práticas Recomendadas em RIG para quem busca influenciar legitimamente as decisões governamentais e o processo Legislativo?

Carolina Venuto: A autoavaliação é uma excelente oportunidade para atestarmos se nós já conhecemos e atuamos conforme as melhores práticas estabelecidas no documento Práticas Recomendadas, que buscam dar mais segurança para a atuação com os diversos setores do governo, do mercado e da sociedade. Os profissionais e as organizações que se certificam nas Práticas Recomendadas em RIG se destacam no mercado, pois demonstram que estão em constante aprimoramento de acordo com as regras mais atuais, baseadas em princípios éticos e transparentes.


Abrig: Durante as aulas do curso, você comentou sobre a regulamentação da atividade de RIG, que agora está em tramitação no Senado Federal. Na sua opinião, este é o momento ideal para a aprovação?

Carolina Venuto: Sim, sem dúvidas. Essa pauta já é debatida na Câmara e no Senado há mais de 30 anos. Esse tempo foi necessário para que, agora, nós tenhamos um projeto mais consolidado, baseado em experiências internacionais e, claro, mais factível à nossa realidade. Além disso, em todas as reuniões institucionais que temos feito com órgãos do governo, eles têm se mostrado bastante favoráveis à regulamentação. Acredito que ainda este ano consigamos a aprovação desta lei.


Abrig: Qual a importância das Práticas Recomendadas em RIG?

Eduardo Fayet: As Práticas Recomendadas em RIG servem como um guia para a atuação na atividade de forma transparente, ética e com diálogo, que caracterizam o exercício da democracia em nosso país. Elas incentivam e promovem a integridade profissional, por meio de orientações sobre quais os padrões éticos fundamentais, da abordagem de temas como o código de ética e conduta, destacando a importância da transparência durante todo esse processo. 


Abrig: Quais são as regras básicas estabelecidas pelas Práticas Recomendadas para os profissionais de RIG?

Eduardo Fayet: A atividade de RIG é legítima e fundamental para o processo democrático e, dessa forma, há princípios que devem ser respeitados em toda e qualquer atividade desenvolvida por um profissional ou organização atuante na área. De acordo com as Práticas Recomendadas da ABNT, esses princípios são: ética e integridade, defendendo que haja honestidade nas relações profissionais; a transparência, na qual o agente deixa claro suas posições e mandatos de representação; a precisão das informações, que não podem ser utilizadas de maneira desonesta ou por influência imprópria; o respeito às leis, que devem ser seguidas no relacionamento entre o público e o privado e, por fim, a isonomia, na qual os profissionais devem prezar por um ambiente participativo, aberto e acessível.


Abrig: Quais as melhores técnicas de negociação que permeiam a atividade de Relações Institucionais e Governamentais (RIG)?

Eduardo Fayet: Na atividade de RIG, negociar é importante para desenvolver a capacidade de construção de consensos e persuasão, confiabilidade e resolução de conflitos, além de exercitar o pensamento estratégico e aprimorar a busca por novas perspectivas sobre os complexos temas que permeiam a sociedade moderna. Os principais aspectos para exercer a negociação em RIG são o relacionamento interpessoal, que defende a não crítica e o não julgamento; a empatia, que se refere a buscar primeiro compreender e depois ser compreendido e, por fim, a persuasão que defende que, em vez de falar apenas quais são os seus interesses, também é fundamental clarificar os motivos, argumentos de sustentação e resultados desses interesses.


*Os conteúdos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Abrig.  

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