Simone Abravanel: “Liderança feminina é diferente da masculina, mas o sucesso é igual”

A visão empreendedora e a empatia se mostraram bem fortes na personalidade da empreendedora Simone Abravanel, desde jovem. Aos 17 anos, se reuniu com algumas amigas e começou a confeccionar pijamas para doar às pessoas carentes. Aos 19 anos, abriu seu primeiro empreendimento, uma confecção. Mas, para isso, precisou dar um passo bastante ousado. “Pedi para o meu pai me emancipar. Eu só tinha 19 anos e só poderia ter uma empresa após os 21. Quando entrei na faculdade, já era uma empreendedora”, destacou. 


A ousadia seguiu acompanhando a trajetória da Simone, que, em 2018, fundou o Pitaia Bank, fintech que baseia suas operações na plataforma blockchain. Nesta entrevista exclusiva à Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), Simone fala sobre como entrou em um mundo totalmente inovador e com pouca representação feminina, os desafios enfrentados, o modelo de liderança e como o sucesso pode ser igual a todos.


"O sucesso independe de homem ou mulher. A liderança feminina é diferente do homem, mas o sucesso acaba sendo igual”, afirmou.


Leia, abaixo, os principais pontos da entrevista com Simone:

ABRIG: Como surgiu essa ideia tão inovadora do Pitaia Bank?
SIMONE ABRAVANEL: Começou em 2017 quando fui convidada para ser conselheira de uma fintech. Fui conhecer o projeto e me interessei bastante. Mas sem uma gestão eficiente em pouco tempo quebraram. E o que eu fiz? Decidi empreender. Só que busquei um caminho diferente. Conheci a tecnologia blockchain e aquilo me impactou bastante, porque tudo o que eu faço tem que ter um propósito não só pra mim, mas para toda sociedade. O blockchain é extremamente democrático e traz inclusão social absurda, com um valor muito maior do que a gente pode imaginar. Então, foi isso que me fez dar uma pivotada na minha vida e abrir um banco com a tecnologia blockchain.


ABRIG: Como foi o desenvolvimento desse seu perfil empreendedor? Foi algo que cresceu com você?
SIMONE ABRAVANEL: Eu tenho uma personalidade empreendedora desde minha adolescência. Infelizmente, na minha geração o espírito empreendedor não estava tão presente nas mulheres. Mas minha história começou cedo quando, aos 17 anos, confeccionava pijamas para pessoas carentes e ai surgiu a vontade de montar o próprio negócio. Isso transformou minha vida e impulsionou meu espírito empreendedor.


ABRIG: Você começou a empreender super nova e agora está em um mundo totalmente inovador, mas com pouca representação feminina. Como é empreender e inovar neste contexto?
SIMONE ABRAVANEL: Os mercados de tecnologia e de bancos são ambientes muito masculinos. Porém, há muita oportunidade para as mulheres. E elas precisam entrar mais nesse mercado. As mulheres têm ocupado cada vez mais espaço, mas é um movimento tímido que precisa ser reforçado. 


Estamos mudando aquela lógica antiga e ultrapassada de que um projeto por ser tocado por mulheres não tem credibilidade. Isso ficou para trás. Nós somos fortes, criativas e determinadas, e vamos transformar esse mercado de tecnologia. 


ABRIG: Desde o ingresso das mulheres no mercado de trabalho a sociedade construiu um modelo de sucesso feminino muito referenciado no modelo masculino de sucesso. Você entende que há uma demanda por novos modelos, é diferente o sucesso para um homem e uma mulher?
SIMONE ABRAVANEL: O sucesso independe de ser homem ou mulher. A liderança feminina é diferente da do homem. Mas, o sucesso acaba sendo igual. 


ABRIG: No início da nossa conversa, você destacou que o grande diferencial do Pitaia é a sua forma 
democrática de atuação. O que o Pitaia faz de diferente?

SIMONE ABRAVANEL: O diferencial é o trabalho de inclusão dessas pessoas menos favorecidas, que estavam fora dos bancos, mas, entraram no sistema e precisam ser tratadas de forma especial. Então, temos que oferecer um custo menor para essa pessoa ter oportunidade de crescer. Isso não significa que eu não vou ganhar dinheiro, eu vou ganhar dinheiro, mas eu quero que seja mais inclusivo e menos exclusivo.


ABRIG: Você acredita que por conta da empatia, que é uma característica naturalmente apontada como feminina, esse sucesso é mais latente?
SIMONE ABRAVANEL: ​É óbvio que a mulher tem a empatia mais aflorada. Mas o modelo de liderança feminino vai muito além disso, ele é flexível, colaborativo, inovador e criativo. O olhar feminino é diferenciado, utiliza mais a intuição, isso fortalece o processo de tomada de decisão. Não tenho dúvida de que empresas lideradas por mulheres têm uma gestão mais eficiente e, logo, traz mais resultados. Isso já é uma estatística e um fato indiscutível.



*Os conteúdos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Abrig. 

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