De líder estudantil a vice-presidente da República. Com uma trajetória política brilhante, Marco Maciel deixou na história um exemplo de dedicação e ética para todos os brasileiros, mas, em especial, que serviu de inspiração para os profissionais de RIG. Não por acaso, a mais importante premiação do setor escolheu o seu nome para representá-lo.
O Prêmio Marco Maciel – ética, transparência, diálogo e solidariedade entre o público e o privado, realizado pela Abrig, chega a sua quinta edição este ano. “O prêmio tem como objetivo difundir a importância da atividade de Relações Institucionais e Governamentais no Brasil, premiando instituições que colaborem com o seu fortalecimento. Pelo legado, ética e atuação em prol da regulamentação da atividade de RIG, não poderíamos ter escolhido um nome melhor”, destaca a presidente da Abrig, Carolina Venuto.
Desde que ocupou a presidência da Câmara dos Deputados, nos anos 70, Marco Maciel atuou no sentido de tornar a transparência, a ética e o diálogo uma rotina nas relações entre o poder público e as instituições privadas e foi o primeiro político a propor uma lei para regulamentar a atividade de RIG. “Ele reformou o Regimento Interno da Câmara, a fim de institucionalizar essa relação. Por sua iniciativa, nós passamos a ter acesso ao credenciamento naquela Casa. Como Senador, voltou ao tema apresentando um importante projeto de lei com o qual pretendia regular a ação de grupos e de profissionais, com atuação na defesa de interesses privados junto ao poder público”, conta o ex-presidente da Abrig, Guilherme Cunha Costa.
A primeira iniciativa de regulamentação do lobby foi empreendida por Marco Maciel ainda em 1984, quando senador. Esse ano, fazem 30 anos desde a sua aprovação pelo Senado, porém, enviado à Câmara, o projeto nunca foi votado - mas produziu nada menos que dezessete proposições legislativas, similares ou complementares, com o mesmo objetivo. “Este número mostra que a preocupação com a regulamentação da atividade não é nova e que tem ocupado parte considerável da atenção dos parlamentares, há trinta anos. Negar o lobby (parte das ações exercidas pelo profissional de RIG) tem prejudicado o exercício da democracia e o avanço de discussões essenciais para a sociedade. É através do diálogo, apresentação de propostas e abertura para o debate, que novas ideias e decisões podem prosperar”, afirma Carolina.
Natural de Recife, Marco Maciel iniciou carreira política quando estudante de direito. Em 1966, foi eleito deputado estadual. Em 1977, presidente da Câmara. Na década de 80, foi governador de Pernambuco, ministro da Casa Civil e, após, ministro da Educação. Em 1995, tornou-se o 22º vice-presidente da República durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Manteve-se até o fim do mandato de FHC, em 2002. Eleito senador pela terceira vez, exerceu o cargo até fevereiro de 2011. Aos 76 anos, se afastou da política por motivos de saúde.
Renata Castro é jornalista, tem pós-graduação em Jornalismo Cultural e MBA’s em Marketing e Publicidade e em Gestão de Marketing e Vendas, além de certificação profissional em Pricing, Marketing de Conteúdo e Inteligência de Mercado.