Os reflexos dos relacionamentos governamentais na construção de políticas públicas importância da profissionalização e capacitação da área de RIG

Mais do que ganhar competitividade no mercado profissional e estar constantemente atualizado a respeito das tendências e melhores práticas empregadas por colegas e empresas, a capacitação tem também a função de criar valor para o trabalho desenvolvido e, no caso de relações governamentais e institucionais, construir reputação e criar um ambiente seguro e confiável para o exercício da prática.


E para um ambiente de trabalho onde o desafio diário é construir relações republicanas como reflexo do exercício democrático de representação, é extremamente importante que os profissionais de RIG e as empresas onde atuam sejam uníssonos quanto às prerrogativas e expectativas da área, trazendo não apenas um ambiente saudável para profissionais e executivos, como também promovendo a melhoria contínua e a produtividade.


A Diretoria de Capacitação da Abrig conversou com a Conselheira Federal e Diretora Institucional do CONFEA, Michele Ramos, para entender o reflexo dos relacionamentos governamentais na construção de políticas públicas e a importância da profissionalização e capacitação da área de Relações Institucionais e Governamentais das entidades que estão mirando no futuro ético, transparente e inovador. 

Abrig : Você acha que o exercício das Relações Institucionais e Governamentais está relacionado à cidadania e ao processo democrático?


Michele Ramos: Sim, porque entendo ser a transparência dos atos públicos o meio mais eficaz e seguro de termos políticas públicas verdadeiras e voltadas aos interesses da população em geral, e não somente de grupos econômicos isolados no processo. Para mim, a discussão organizada, a clareza nos atos e a ampla divulgação são as bases da democracia. E a cidadania é o direito de um povo participar e acompanhar todos esses atos.


Abrig: Qual a importância da educação política para os órgãos e entidades representativas?


Michele Ramos:  Não basta somente reclamar da política e cobrar resultados individuais. É necessário entender o processo legislativo e as formas corretas de participação da sociedade. No momento em que as entidades que representam uma comunidade ou grupo legalmente organizado sabem o que fazer e como fazer para acompanhar os processos de seus interesses, todos passam a ganhar. Ganha o profissional sabendo que atua dentro de um processo legal, ganha a sociedade com segurança jurídica de que vai ter serviços de qualidade feito por profissionais adequados.


Abrig: Como a atividade de Relações Institucionais e Governamentais surgiu como ferramenta e/ou área para a entidade?


Michele Ramos:  As relações institucionais e governamentais sempre foram uma preocupação dentro do sistema profissional, justamente pelo grande impacto que algumas decisões institucionais e governamentais causam, não só na vida dos profissionais, mas, também, de forma contundente junto ao público que eles atendem. Ter um grupo de Relações Institucionais e Governamentais forte e bem estruturado, pautado principalmente na ética é, hoje, a melhor forma que podemos ter para garantir leis mais claras, objetivas e que realmente possam levar nosso país ao real desenvolvimento sustentável.


Abrig: O que vocês esperam de uma educação/capacitação política e em Relações Institucionais e Governamentais?


Michele Ramos:  Penso que o aperfeiçoamento das pessoas que atuam em Relações Institucionais e Governamentais, dentro do Confea/Crea, e também nas demais entidades de classe que participam do nosso Sistema Profissional, pode e deve unir forças em defesa dos direitos não só dos profissionais em si, mas principalmente da sociedade, que é o foco da Lei de criação dos Conselhos Profissionais no Brasil. Conhecer bem o processo legislativo e os respectivos trâmites administrativos, bem como as técnicas corretas e éticas de acessar e acompanhar todo o processo político, só pode ser alcançado com educação e capacitação adequadas.


Abrig: Como você acha que as Relações Institucionais e Governamentais podem mudar a vida dos profissionais associados à entidade?


Michele Ramos:  Decisões políticas alinhadas com os interesses legais de qualquer Conselho Profissional só trazem benefícios para a população, isso é fato. A democracia é o exercício do diálogo e do consenso, mas só conseguiremos ter êxito nisso com ações coordenadas e transparentes, tanto por parte da classe política quanto por parte dos interessados da sociedade em geral. As Relações Institucionais e Governamentais são, na minha visão, o elo de ligação que proporciona essa harmonia.


Michele Ramos é engenheira mecânica e de segurança do trabalho. Conselheira Federal da Modalidade Industrial eleita pelo estado da Bahia. Diretora Institucional do CONFEA, membro da Comissão de Normas e Procedimentos - CONP.


*Os conteúdos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Abrig.  


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