ABRIG: Visto que as grandes cidades são locais vulneráveis às mudanças climáticas, como as metrópoles podem agir nas ações de mitigação dos impactos das alterações no clima?
ADRIANA WALTRICK: O momento atual impõe um repensar por meio da visão estratégica em um mundo em transição de fontes e integração de energias, de políticas globais de sustentabilidade, governança e meio-ambiente e de consumidores atuantes e conscientes sobre os impactos de seus modos de vida. Uma visão de longo prazo pode reprogramar nossas respostas ao impacto das mudanças climáticas, aos compromissos globais, ao aquecimento global, à competitividade e inserção do país como player global e sustentável, aos desafios econômicos-sociais e ambientais e todos os temas urgentes e de impacto global.
ABRIG: Qual a importância da energia renovável para a economia brasileira e quais as oportunidades de expansão das novas fontes?
ADRIANA WALTRICK: Considerando que as energias renováveis vão responder por cerca de 40% do crescimento do consumo energético mundial projetado para os próximos cinco anos, conforme estudos do setor e a riqueza do Brasil em recursos naturais, o país é considerado um excelente player nas oportunidades de expansão de novas fontes renováveis. Assim, a SPIC Brasil fomenta a ampliação e a integração de energias proveniente de fontes inovadoras, sustentáveis e competitivas, visando o crescimento econômico, social e ambiental. A SPIC acredita no Brasil, na matriz e na viabilidade de juntar essas duas experiências para parcerias.
ABRIG: Recentemente, 4 Estados, 12 cidades e 100 empresas brasileiras aderiram ao pacto Race to Zero, com o objetivo de zerar a emissão líquida de gases do efeito estufa até 2050. De que forma essa ação pode trazer crescimento e desenvolvimento ao Brasil e empresas que lidam com geração de energia?
ADRIANA WALTRICK: O setor de energia enfrenta novas oportunidades de crescimento e desafios, comprometido com a transição e o crescimento energético com foco na implementação de novas estratégias. Para 2025, a SPIC Global pretende se tornar um influenciador na geração de energia limpa globalmente, além de ser uma das melhores empresas no setor de geração de energia fotovoltaica. Para isso, tem a meta de gerar 220 GW de capacidade instalada, sendo 60% em energia limpa. Em 2035, a empresa busca se consolidar como a empresa mais competitiva na geração de energia nuclear, fotovoltaica e outras fontes renováveis, como um ecossistema de energia inteligente, aberto e compartilhado, com 75% de energia limpa e capacidade instalada de 270 GW.
ABRIG: Dada a crise energética brasileira ocorrida no contexto da pandemia, qual a importância de investir em projetos com impacto ambiental positivo no setor da energia?
ADRIANA WALTRICK: No nosso caso, o investimento em projetos com impacto ambiental positivo é parte do Plano Estratégico de Crescimento da SPIC, onde reforçamos o compromisso de crescer no Brasil com foco em energias hídricas, renováveis (solar e eólica) e térmicas, além de desenvolver projeto de inovação em parceria com entidades locais.
Adriana Waltrick é CEO na SPIC Brasil, empresa que opera a Usina Hidrelétrica São Simão, dois parques eólicos na Paraíba e é acionista do maior complexo de gás natural da América Latina, o complexo GNA, no Rio de Janeiro.