Regulamentação para o agronegócio: sustentabilidade e interesse econômico

O produtor agrícola e deputado estadual Frederico d’Avila, defende que a agricultura e a pecuária brasileiras são pautadas pela conservação e proteção do meio-ambiente. Para ele, a pauta ambiental é carregada de interesses econômicos promovidos por países
estrangeiros concorrentes no fornecimento de alimentos para o mundo.

ABRIG: O que precisa acontecer para acabar com a mentalidade equivocada de que a agricultura e a pecuária são inimigas e vilãs do meio ambiente?


FREDERICO D’AVILA: Na verdade, eu acho que as populações urbanas precisam entender como é que funciona antes de se informarem através de quem quer levar uma visão distorcida da realidade. O maior interessado em que haja conservação ambiental é o pecuarista e o agricultor, sem conservação ambiental ele não tem água, não tem solo, não tem microclima, ele não tem aqueles aspectos naturais para fazer do seu negócio um sucesso. Ou seja, existe harmonia entre meio ambiente e agricultura, visto que, se fazendo todo o processo agrícola dentro de um ambiente de conservação adequado, você tem a melhor produtividade  possível. E você vê isso no Mato Grosso, com seu modelo produtivo fantástico, porque você tira duas culturas no mesmo ano e isso não existe em lugar nenhum no mundo, e na Bahia, onde temos algodão de qualidade superior ao algodão egípcio, que sempre foi um algodão mais comemorado do mundo. Tudo isso graças a todas as condições climáticas e tecnológicas que foram adotadas ali.


ABRIG: Sobre a perspectiva para o agro nesse próximo ano, o PIB do segundo trimestre veio abaixo, puxado pela agricultura, aparentemente por questões sazonais do café. Agora temos a crise hídrica, inflação e até a greve dos caminhoneiros. Que perspectiva temos para curto e médio prazo?


FREDERICO D’AVILA: Há o ponderável e o imponderável. O imponderável, como a crise hídrica e aumento de insumos não depende de nós. Se comparar uma cotação de fertilizante e fosfatos de um ano atrás com a de hoje, o valor dobrou. Outro problema grave que nós tivemos foi a questão de fornecimento de pneus para máquinas que, muitas vezes, já estavam prontas e vendidas, mas não podiam ser entregues com as peças faltando. Os preços subiram e, com ele, a rentabilidade do produtor caiu. Como eu digo, a alegria do agricultor dura pouco, e a nossa durou oito meses. A relação de troca estava extremamente favorável, do meio do ano passado até o final do ano estava extremamente favorável e hoje ela já não é mais. Além disso, querem culpar o governo federal pela questão de aumento de combustíveis, só que sabemos que o petróleo Brent no mercado internacional está subindo. Hoje, estamos falando em 72 dólares o barril, sendo que em março do ano passado chegou a 25 dólares, então essa escalada de preços se deu em dólar.


*Os conteúdos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Abrig.  


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