Transição energética: o novo Marco Legal

ABRIG: O hidrogênio verde no Brasil deve se tornar uma opção de combustível limpo, possibilitando uma redução nas emissões de carbono no mundo. Onde a CCEE pode atuar nessa área para garantir o uso correto dessa energia?


Rui Altieri: A CCEE acompanha de perto o mercado brasileiro de energia, tendo acesso, por exemplo, aos dados de consumo e geração do Sistema Interligado Nacional (SIN). Isso nos garante uma atuação estratégica no setor, possibilitando, também, que tenhamos capacidade de atuar, inclusive, na certificação da procedência dessa energia, que será utilizada para diversos novos processos e tecnologias a serem desenvolvidos nos próximos anos. É um caminho que seguiremos que está intimamente relacionado com o nosso propósito, de desenvolver mercados de energia eficientes, inovadores e sustentáveis em benefício da sociedade.


ABRIG: O Brasil pode ampliar a posição como protagonista neste momento de transição energética. Como garantir que esse novo segmento cumpra seu propósito ambiental?


Rui Altieri: O Brasil é um país estratégico para o setor mundial de energia, principalmente quando falamos em energias renováveis. Temos uma matriz robusta, seguimos ampliando essas fontes limpas e possibilitando o movimento de transição energética. O Hidrogênio Verde é mais uma alternativa que se apresenta e, acredito, teremos que unir forças, possibilitando a integração entre os diversos atores que formam o setor de energia para que tenhamos uma regulação que possibilite a ampliação desse negócio seguindo as diretrizes ambientais propostas pela tecnologia. A CCEE está atenta ao avanço do H2V e, como disse, contribuirá na certificação, garantindo que o novo segmento possa se estruturar de acordo com o propósito da tecnologia, que é permitir o avanço na transição energética.


ABRIG: Quais são as vantagens do Brasil em relação à sustentabilidade, às medidas que prometem mudar a dinâmica de geração e consumo de energia no país?


Rui Altieri: Somos uma nação com dimensões continentais e diversas possibilidades energéticas. Temos um dos sistemas mais modernos e robustos do mundo, integrado e com alto índice de confiabilidade. Isso nos garante capacidade de ajustes e ampla utilização de fontes com maior capacidade de geração em diferentes regiões do país. Um exemplo é a energia solar, fonte que temos vasta disponibilidade de geração em todo o território nacional e que possui grande capacidade de flexibilidade na geração, desde grandes projetos, como usinas solares, até sistemas de Geração Distribuída (micro e minigeração).


As modernizações em curso no setor, que devem promover maior dinamismo entre geração e consumo, são lastreadas por essa grande capacidade sustentável e técnica do sistema elétrico nacional, que vem permitindo a absorção dessas novas possibilidades.

Rui Altieri é presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). 


*Os conteúdos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Abrig.  


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