O leilão do 5G representa uma grande oportunidade de negócios para as empresas de telecomunicação do país, e a regulação do setor precisará ser mais dinâmica, afirma o presidente-executivo da Conexis Brasil, Marcos Ferrari.
“É preciso destacar a importância de uma regulação mais responsiva e voltada a resultados e desempenho, mais colaborativa e principiológica, alinhada às melhores práticas internacionais”, defendeu em entrevista à Revista da Abrig.
Destaca, ainda, o desafio que será a instalação da infraestrutura da nova tecnologia no país, assim como os benefícios do 5G para todos os segmentos econômicos. Confira os principais trechos da entrevista:
ABRIG: Qual a expectativa da associação a respeito da implantação do 5G no país, em termos de novos investimentos?
MARCOS FERRARI: As premissas do leilão e, consequentemente, os números de investimentos e expansão serão definidos no edital. Mas, o setor tem grandes expectativas com relação ao 5G, principalmente no que diz respeito aos novos negócios que pode trazer.
ABRIG: Como os negócios digitais serão impactados e como o país pode se preparar?
MARCOS FERRARI: O 5G é mais que uma mudança de geração, como foi do 2G para o 3G, e do 3G para o 4G, em que o ganho maior foi na velocidade. O 5G não é só mais rápido, ele possibilita aplicações para o consumidor e via outros setores produtivos.
É uma revolução na vida das pessoas e um marco para o setor e desenvolvimento do País, permitindo o surgimento de infinitas possibilidades de soluções e negócios. Não é por acaso que o mundo fala em Revolução do 5G, assim como já falamos da Revolução Industrial.
ABRIG: Quais são algumas dessas possibilidades?
MARCOS FERRARI: O 5G trará inúmeros benefícios para o consumidor, com as novas aplicações, que vão desde as mais conhecidas, como carros conectados, cidades inteligentes, telemedicina, controle de lavouras e rebanhos conectados, até outras soluções ainda não imaginadas.
ABRIG: Quais os principais desafios que precisam ser enfrentados?
MARCOS FERRARI: Entre os principais desafios para a chegada do 5G está a instalação da infraestrutura. O 5G precisará de 5 a 10 vezes mais antenas que o 4G. Para isso, é necessário atualizar as legislações municipais de instalação de antenas para permitir maior agilidade no licenciamento e facilitar a instalação de antenas.
Do ponto de vista regulatório, o setor segue defendendo regras claras e de segurança jurídica. Neste ponto destaco, ainda, as ações de autorregulação implementadas pelo setor nos últimos anos.
Abrig: Como avalia a regulamentação do setor ser aperfeiçoada?
MARCOS FERRARI: À medida que novos modelos de negócios emergem, as agências são desafiadas a criar e simplificar regulamentos. É um grande desafio. Aprimorar a qualidade regulatória é eliminar ineficiências e flexibilizar as normas para incluir a constante inovação tecnológica.
Dentro dessa simplificação regulatória é preciso destacar a importância de uma regulação mais responsiva e voltada a resultados e desempenho, mais colaborativa e principiológica, alinhada às melhores práticas internacionais e à cooperação entre os diversos atores, ponderando riscos, incentivando a inovação e os novos negócios.